Ricardo Aly, diretor comercial do Paradise Golf & Lake Resort
(foto: arquivo HN/Juliana Bellegard)
(foto: arquivo HN/Juliana Bellegard)
São 30 anos de turismo, sendo 20 na hotelaria, com um currículo que inclui passagens por Accor, IHG (InterContinental Hotels Group), Tropical, Royal Palm, Blue Tree e Bourbon Hotéis e Resorts. Com esta bagagem e um amor declarado pela profissão, Ricardo Aly descreve-se como um profissional completo. Tendo trabalhado nas frentes de lazer, corporativo e eventos, hoje ele é responsável pelo departamento Comercial do Paradise Golf & Lake Resort.
O empreendimento, instalado em Mogi das Cruzes, no interior de São Paulo, passa por um momento de transformações. Há pouco mais de um ano, após um período com a gestão terceirizada, o resort voltou a ser administrado por seus proprietários. A mudança foi quase concomitante à entrada de Aly no hotel e em meio aos preparativos para o que foi o grande desafio de 2014: a Copa do Mundo. O resultado? Ano com faturamento recorde, crescimento na ocupação e uma mudança no market share da unidade.
"O resort está num momento muito feliz, crescendo bastante. Tem estrutura, qualidade em termos de hotelaria e serviços, gastronomia, entretenimento, flexibilidade para eventos", descreve o executivo. "Toda mudança de gestão tem uma mudança de cultura, de comportamento. Conseguimos, eu e a Alessandra Gaudio, gerente geral, alinhar isso muito bem", completa. Em 2015, o desafio de seguir crescendo continua. "A indústria não vai parar. O que vai mudar é a dinâmica e o volume de negócios", palpita, sobre o ano incerto.
Em entrevista ao Hôtelier News, o diretor comenta alguns tópicos sobre seu trabalho ao longo de 2014, sua experiência profissional e sua visão sobre o mercado hoteleiro.
Por Juliana Bellegard
Alessandra Gaudio, gerente geral do resort, trabalha em conjunto com o diretor
(foto: arquivo HN/Peter Kutuchian)
Experiência com a Copa 2014
"Na área de esportes, foi realmente nosso foco, e o principal ganho que tivemos foi a visibilidade da marca e o reposicionamento. Foi um grande aprendizado. O legado para o resort foi o profissional", aponta Aly. Entre junho e julho do ano passado, o Paradise recebeu a seleção da Bélgica para o mundial de futebol. "Por um lado, foi bastante exaustivo, tem coletiva de imprensa, reuniões com a delegação, questões de segurança, toda a estrutura logística", diz.
"Na área de esportes, foi realmente nosso foco, e o principal ganho que tivemos foi a visibilidade da marca e o reposicionamento. Foi um grande aprendizado. O legado para o resort foi o profissional", aponta Aly. Entre junho e julho do ano passado, o Paradise recebeu a seleção da Bélgica para o mundial de futebol. "Por um lado, foi bastante exaustivo, tem coletiva de imprensa, reuniões com a delegação, questões de segurança, toda a estrutura logística", diz.
Sobre a escolha do empreendimento entre tantas outras opções - a comitiva belga visitou cerca de 25 hotéis -, o diretor relembra a resposta que obteve da delegação: segurança e logística. A questão da privacidade dentro de um resort com 1,2 milhão de metros quadrados, e a proximidade com o aeroporto de Guarulhos, aliados à qualidade dos serviços, "fizeram diferença na hora da decisão final".
"Tivemos que fazer algumas adaptações, como restaurante novo com espaço gastronômico, estrutura completa de futebol, com dois campos no padrão da Fifa. O investimento que a gente fez de R$ 2,5 milhões foi justamente para isso. O hotel também passou por um treinamento específico sobre a Bélgica, cultura, hábitos, etc, e os colaboradores da cozinha fizeram um trabalho com o chef da delegação", descreve.
Aly recebe os jogadores da seleção belga
(foto: divulgação / Mapa Comunicação)
Grandes eventos
"A complexidade de receber uma Copa é grande, em todos os sentidos. Aproveitando esta oportunidade, você consegue crescer muito", diz, completando: "Isso nos habilitou pra buscar mais eventos esportivos". Ainda em 2014, o complexo recebeu a seleção de vôlei do Japão, e sediou o campeonato de golfe da Turkish Airlines e a World Nation Cup de futebol da Danone.
"A complexidade de receber uma Copa é grande, em todos os sentidos. Aproveitando esta oportunidade, você consegue crescer muito", diz, completando: "Isso nos habilitou pra buscar mais eventos esportivos". Ainda em 2014, o complexo recebeu a seleção de vôlei do Japão, e sediou o campeonato de golfe da Turkish Airlines e a World Nation Cup de futebol da Danone.
Agora, as atenções estão voltadas para os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016. Mais especificamente, nos eventos pré-jogos e na possibilidade de algumas modalidades saírem da capital fluminense. "Temos estrutura para modalidades como futebol, arco e flecha, golfe, tênis e atividades náuticas. E, sem dúvida, oferecemos a tranquilidade e a segurança que as delegações buscam", destaca.
Mas o segmento de esportes não é o único no qual o Paradise tem se encaixado bem. "Foi um ano muito atípico, tivemos que buscar criatividade para captar novos nichos e mercados. O hotel sempre foi forte nos eventos indoor, e agora começamos a explorar os outdoor. Fizemos diversos lançamentos de veículos, ônibus, caminhão, carro, motos. com um bom posicionamento no segmento automotivo. Recebemos um evento da Ford com mais de 8 mil participantes, e isso gerou um boom na indústria automobilística, interesse de novas possibilidades de negócios", relata.
Além do futebol, o golfe é um esporte de destaque no resort
(foto: arquivo HN/Juliana Bellegard)
Mercado hoteleiro
Ano cauteloso para uns, de retomada para outros, 2015 deve ser um cenário completamente diferente de 2014 para o Paradise. "É um ano com dez feriados, o que prejudica obviamente o corporativo e eventos, mas incentiva o lazer. É preciso saber aproveitar as datas e essas oportunidades de mini-férias", afirma, apontando que o mercado paulistano é seu maior emissor para o resort. "É um ano que está muito difícil de se prever", opina.
Ano cauteloso para uns, de retomada para outros, 2015 deve ser um cenário completamente diferente de 2014 para o Paradise. "É um ano com dez feriados, o que prejudica obviamente o corporativo e eventos, mas incentiva o lazer. É preciso saber aproveitar as datas e essas oportunidades de mini-férias", afirma, apontando que o mercado paulistano é seu maior emissor para o resort. "É um ano que está muito difícil de se prever", opina.
O cenário econômico também é um fator que afeta diretamente o mercado hoteleiro, e especificamente os resorts. Com a possibilidade de o dólar manter-se em alta, o impacto é positivo para o segmento. "O câmbio é um fator decisivo no turismo nacional. Obviamente, dois fatores podem atrapalhar a situação: primeiro, a alta da inflação, e uma falta de freios no controle de preço, e segundo a logística, o transporte. Agora, o dólar alto é bom para toda a indústria, ajuda tanto o turismo de negócios como o lazer", diz.
Otimista, apontando uma mudança de cenário que demanda um trabalho atento, Aly aponta que, para 2015, o Paradise deve crescer mais 15% - "uma meta arrojada, se você comparar com o aumento previsto do PIB. Mas eu posso dizer, o hotel está pronto e preparado para qualquer situação".
"Hotelaria ainda preserva a tradição de atender com excelência"
(foto: Juliana Bellegard)
Formação profissional
Em paralelo às mudanças do mercado, há também transformações internas no segmento da hotelaria. O apagão de mão de obra, percebidos por muitos executivos do setor, também é comentado por Aly. "Hoje, o mercado tem muito bacharel e carência na área técnica. Existe um certo preconceito de algumas áreas, que enxergam o técnico como inferior, subformado. Ele é tão importante quanto o bacharel, é o hands on, o cara que põe a mão na massa, que vive a operação, está pronto para trabalhar", aponta.
Em paralelo às mudanças do mercado, há também transformações internas no segmento da hotelaria. O apagão de mão de obra, percebidos por muitos executivos do setor, também é comentado por Aly. "Hoje, o mercado tem muito bacharel e carência na área técnica. Existe um certo preconceito de algumas áreas, que enxergam o técnico como inferior, subformado. Ele é tão importante quanto o bacharel, é o hands on, o cara que põe a mão na massa, que vive a operação, está pronto para trabalhar", aponta.
"Na hotelaria propriamente dita, a questão técnica precisa melhorar, ter mais cursos e universidades que enxerguem esta demanda. Existe um apagão de mão de obra em serviços, e um turnover muito alto. Você treina o profissional e ele não permanece tempo suficiente para devolver o aprendizado e nem fazer com que a cultura da empresa se mantenha. Toda vez que você tem gente nova, começa do zero", completa.
Uma dica para os recém-formados ou aspirantes a hoteleiros? "Antes de tudo, ter humildade. A gente vive em uma geração que nasce pronta. A nossa área é uma área de servidão. Em todos os níveis, se você não tiver humildade para servir, você vai ter muitas dificuldades. Independente do seu cargo". "E depois, o comportamento, que faz diferença na hotelaria, e a atitude, o querer ser multifunção, andam juntos. O hotel funciona como um relógio, então todas as partes, todas as roldanas, são importantes para o funcionamento", completa.
Seu trabalho de formação de equipe, Aly conta, está muito ligado à interação dos profissionais e a participação deles na tomada de decisões. "95% das decisões que eu tomo - não as estratégicas, mas o dia a dia - são com a equipe. Com os meus liderados. Por que? Porque eles são impactados. Quando você coloca o colaborador para fazer parte de um objetivo, gera um engajamento", relata.
"O que eu realmente aprendi nestes anos todos é que investidor e hóspede têm uma coisa em comum: eles não medem esforços, medem resultado - seja no atendimento, seja em vendas ou no financeiro. Faz parte do trabalho, e quem entrar nesta área tem que saber que é preciso se esforçar muito", explica, finalizando: "Hotelaria ainda preserva a tradição de atender com excelência".
Serviço
www.paradiseresort.com.br
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